Ladys and Gentlemans it's Show time!

Alemanha 2006

Estamos a escassas 24 horas do maior evento futebolístico começar. Na Alemanha disputa-se o décimo oitavo mundial de futebol que tem como principais candidatos os crónicos Brasil, Alemanha, Argentina e Itália mas também os semi-outsiders Holanda, Inglaterra e…Portugal.
De Angola a Portugal passando pelo Japão, pelo Irão ou pela Austrália, todos esperam ansiosamente pelo apito inicial do árbitro argentino para o jogo AlemanhaXCosta Rica que se iniciará hoje ao fim da tarde. Os olhos do mundo, estarão postos, nos melhores craques do momento, Káká, Ronaldinho, Figo, Deco, Polanksy, Mantorras, Adebayor, Wanchope, Delacruz, Totti e muitos outros são as estrelas deste maravilhoso espectáculo mas também os ídolos de milhões.
Porém, grandes jogadores, ou por opção ou por lesão ou mesmo porque as suas selecções não se qualificaram, não vão poder dar o seu contributo para este Mundial da Alemanha. Fica por tanto uma pequena homenagem do Show-de-bola a alguns bons futebolistas que por uma qualquer razão não vão estar presentes em terras de Einstein e Beckenbauer: Zanetti, Olisadebe, Quaresma, Moutinho, Demichellis, Vicente, Manuel Fernandes, Samuel, Defoe, Pires, Evra, Rothen, Huntelaar, Makaay, Davids, Seedorf, Cassano, Ryan Giggs, Diego Forlan entre outros.

Uma brevíssima síntese da História do Mundial de Futebol:

Tudo começou há cerca de 76 anos atrás quando Jules Rimet, presidente da federação francesa de futebol, decide organizar um torneio convidando selecções de vários pontos do globo. Ganho pelo Uruguai, o torneio foi-se repetindo de 4 em 4 anos exceptuando o período compreendido entre 1938 e 1950 em que o Mundial de futebol foi interrompido devido à fratricida guerra que assolou o mundo (1939-1945).
Só em 1958 na Suécia é que o futebol conheceu uma verdadeira selecção dominadora. A vencedora dessa edição, ficou para a história, com dois prodígios: um de apenas 17 anos e de nome, Edson Arantes do Nascimento, Pélé “o rei”, e Garrincha o “anjo das pernas tortas” . Foi vencer e convencer, tanto em 52 como em 62 no Chile, porém em 66 o campeão jogou em casa e a Inglaterra sagrou-se pela primeira e ultima vez (até ao momento) vencedor da taça “Jules Rimet”. Para conquistar o desejado troféu, os britânicos tiveram que bater a brilhante equipa portuguesa liderada por Eusébio, melhor marcador da prova com 9 golos,que para além do temivel goleador contava com nomes como Torres, Coluna ou Simões.
4 anos depois no México, Mário Zagallo ,que tinha sido campeão como jogador em 58, levou o “escrete” ao “tri” com o (dito) acabado Pélé a mostrar as suas credenciais de goleador a confirmaar o seu estatuto de “Rei”.
Em 1974, a organização do mundial foi entregue à antiga RFA(Alemanha Ocidental) que a jogar em casa, não se coibiu, e com jogadores como Franz Beckenbauer, o “Kaiser” e Gerd “bombardeiro” Muller, melhor marcador de sempre em fases finais com 14 golos, conquistou o troféu frente aquela que era dita a melhor equipa do mundo: A Holanda! A laranja mecânica como era apelidada, surpreendeu o mundo ao eliminar Argentinos e os campeões Brasil. O 4-3-3 que celebrizou o futebol total foi teorizado por Rinus Michel, e tinha em campo Johan Cruyff como o seu profeta.
82, Espanha, Zico, Sócrates, Falcão eram as estrelas do momento, tudo apontava para o tetra-campeonato canarinho. Porém a Itália de Enzo Bearazzot trocou as voltas à “torcida” brasileira e derrotaram a equipa maravilha por 3-2, num jogo que foi uma verdadeira final antecipada. No fim da prova, foram mesmo os transalpinos a receberem a taça das mãos do Rei Juan Carlos.





De regresso ao México, em 86, este foi o mundial de um homem bafejado pelo toque divino, Diego Armando Maradona, aquele que para muitos é um ídolo e simplesmente o melhor! Ganhou, sozinho o jogo contra a Inglaterra com dois golos históricos: o primeiro, a “mão de Deus”, o segundo, um fabuloso ride em que ultrapassa 6! 6 adversários, antes de bater o desamparado Peter Shilton.
1990, foi um ano que marcou o mundo pelas transformações politicas ocorridas, o muro que separava Berlim havia caído, ainda não tinha passado um ano, e os estados soviéticos desmembravam-se a uma velocidade avassaladora. Todavia, ironicamente ou não, foi a ainda Alemanha Ocidental que venceu a prova. Liderado pelo “Kaiser” e contando nas suas fileiras jogadores como Kinsman (actual técnico germânico), Voller, Brehme ou Matthaus, a geração de Ouro alemã conseguiu igualar o Brasil e a Itália no grupo dos tri-campeões mundiais.
Mas não por muito tempo…
Na final de Los Angeles , em 94, defrontaram-se as duas maiores selecções: de um lado Romário do outro Roberto Baggio…Depois de uns 120 minutos de fraco futebol, acabou por ser a estrela italiana a falhar na lotaria das grandes penalidades e a dar a vitória ao Brasil! Parreira tinha consigo quebrar a maldição que perseguia o povo brasileiro desde 1970!
Menos sorte teve o “escrete” em França quatro anos depois, nunca numa final alguma equipa havia perdido por uma margem de três golos, porém, o super-favorito Brasil foi brindado com 3 golos sem resposta por uma selecção onde reinava (e reina) a miscelânea de raças e povos. Vejamos Zidane, de ascendência argelina, Thuram proveniente de Guadalupe, Desailly nascido em Accra no Gana, Trezeguet de pai e mãe argentinos ou Pires filho de um emigrantes português e espanhol, são alguns dos exemplos de como esta França era uma mistura vencedora das mais distintas culturas…

Em 2002, penso que todos nós se conseguem lembrar do que se passou. A história é simples, um Brasil motivado, elimina a Inglaterra nos quartos de final, deixa que os outros candidatos percam frente equipas modestas como a Suécia, o Senegal ou a Coreia e comemora o Penta campeonato. Demasiado Simples e fácil mas também muita corrupção nas arbitragens principalmente aquelas que beneficiaram a equipa da casa a Coreia.


A participação Portuguesa
Depois do sucesso dos “Magriços” em 66, as duas outras aventuras lusitanas no mundial foram desastrosas.
No ano de 1986, em saltillo, aconteceram demasiadas confusões. Os jogadores chegaram ao ponto de ameaçar fazer greve se não lhes fosse pago os prémios de jogo relativos à qualificação. Resultado, uma inesperada vitoria contra Inglaterra que não foi o suficiente para inspirar os “Patrícios” para os jogos com a Polónia e…Marrocos.

Se em 86 tinha sido mau, o que se passou na Coreia foi bem pior, só ganhamos à fraquíssima selecção polaca, e perdemos contra a anfitriã e contra os Estados Unidos. O que se soube depois, das maravilhosas coisas que se passaram no estagio de Macau onde António Oliveira chegou a sair do hotel para gastar milhares de euros nos casinos ou então vai ficar para eternidade a brilhante ideia do seleccionador de colocar alhos no balneário para “espantar” os maus olhados. A participação portuguesa, foi tão má, tão assombrada por espíritos, que há chegada ao nosso país deu-se uma verdadeira razia técnica e directiva. Mas, aquele que na minha opinião devia ter sido “espantado de vez” ficou, e não contente trouxe para comandante da equipa nacional, o recém campeão do Mundo, Luiz Felipe Scolari.
Embalados por uma razoável participação no euro 2004 e por uma boa campanha de qualificação, Portugal, reúne consenso tanto no nosso país como no estrangeiro como uma das selecções com boas perspectivas para este campeonato do mundo. Para já temos que derrotar a nossa antiga colónia Angola, a fatalidade do sorteio assim o designou, depois a ver vamos o que Figo, Deco e companhia farão em terras de Kant e Hegel!

Curiosidades



Melhores Marcadores:
Gerd Muller 14 golos(RFA)
Just Fontaine 13 golos(França)
Pélé/Ronaldo 12 golos (Brasil)

Jogador com Mais mundiais:
Lothar Matthaus (82,86,90,94,98) Alemanha(RFA)
Carbanjal(50,54,58,62,66)

Jogador Mais velho:
Roger Milla 42 anos e 39 dias(94)Camarões

Jogador Mais novo:
Witheside 17 anos e 41 dias(82) Irlanda do Norte