Sunday, September 30, 2007

Bonito Bonito era dar o litro e não por as culpas no gajo do apito....

Por esta altura do campeonato as coisas (infelizmente paras os clubes da capital) já vão mais ou menos encaminhadas, o Porto ruma a todo o gás para o tri-campeonato! Apesar de ser cedo para fazermos qualquer tipo de futurologia, o Futebol clube do Porto já só depende de si para ser campeão e se gerir esta vantagem convenientemente o titulo já não lhe foge…

Sobre o derby de ontem, que opôs Benfica de Camacho ao Sporting de Bento, vou tentar analisar o jogo do modo mais imparcial possível (dentro de algumas limitações obvias de qualquer adepto benfiquista), repara-se que esta análise não será de jogada a jogada mas sim um balanço do jogo.
Ora bem, já ouvi alguns ecos da partida em os responsáveis sportinguistas imputam responsabilidades do empate ao arbitro Pedro Henriques, bem, são capazes de ter razão, mas não os ouvi queixar de ninguém quando ficou um penalty por marcar ao Setúbal no passado fim-de-semana (a tal coerência que postumamente referirei).
Sobre os hipotéticos três penaltys aqui vai de maneira telegráfica: o primeiro não estou em condições de comentar pois não vi bem a jogada, o segundo: se o homem fosse decepado uns minutos antes talvez pudesse ser considerado “castigo máximo”, se ele tem os braços colados ao corpo como e que é possível considerar-se falta? Terceiro: a falta sobre Adu é indubitável fica a duvida se é fora ou dentro de área.


Creio que de um modo geral, concordarão comigo que tanto o Benfica como Sporting ser terão que se queixar de si próprios em vez de culpabilizarem o arbitro propriamente dito, já que o espectáculo de ontem foi fraco e muito pouco atractivo, e ambos os treinadores mostraram pouca ambição.
Só que há boa moda portuguesa, é mais fácil responsabilizar terceiros, é mais fácil dizer que a culpa não é nossa, que só não ganhamos porque não nos deixaram. Há jogos em que isso acontece (aconteceu com o Estrela por exemplo) mas há também (ainda) pessoas que conseguem manter um discurso coerente demonstrando enorme fair-play, Daúto Faquirá foi exemplo disso mesmo na conferência de impressa que sucedeu o jogo de quarta-feira.


Por fim de salientar os pontos positivos do jogo, Anderson Polga, enorme a defender, limpou uma série de jogadas de golo iminente. Freddy Adu poucos minutos em campo, mas começa a mostrar que é jogador, não acredito que seja uma mais-valia ainda esta época mas acredito piamente que irá trazer grandes alegrias à nação benfiquista.
Nuno Gomes entrou bem na partida, mas acabou por protagonizar negativamente o momento do jogo quando falha quase escandalosamente um golo de baliza aberta, se tivéssemos um “Lisandro” em campo outro galo “concerteza” cantaria.
È pena que que nem todos tenham o desportivismo do treinador estrelista, que haja gente no futebol que aproveita cada momento, cada erro, para tentar destabilizar e tirar proveito disso...e nisso não há dirigente desportivo que passe incólume.


O empate ajusta-se como uma luva as duas equipas, que tem dar uma grande volta se quiserem lutar pelo campeonato, todavia, é preciso dizer que a responsabilidade do Sporting é bem maior, pois tem a mesma “grande equipa jovem cheia de futuro” que todos os sportinguistas tanto se orgulham ao passo que o Benfica para alem de ter uma equipa nova, tem treinador novo que chegou já depois da pré-época.

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Thursday, September 27, 2007

Palavras para quê?


Vale a pena ver (ou rever) este excelente "documentário"sobre a "geração de ouro"....

http://www.youtube.com/watch?v=Vl2R_Eckbno parte 1


http://www.youtube.com/watch?v=eHpe381eGMs parte 2

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Wednesday, September 26, 2007

Il Maestro


Há muito que me andava a indagar para quando é que iria escrever sobre o maior símbolo benfiquista dos últimos, vá lá, vinte anos…Cá está, chegou a altura mais do que oportuna para falar de Rui Manuel César da Costa (ou Manuel Rui Costa como os italianos tanto insistiram) um jogador que a par de Luís Figo idolatrei na minha fase inicial de vida.
Inesquecível será para sempre o (nosso) Rui a marcar um golo fenomenal a Inglaterra ou as suas lágrimas compulsivas quando marcou ao “seu” (meu) Benfica, na final do europeu de 2004, ou quando foi injustamente expulso num jogo contra Alemanha que ditou o afastamento de Portugal do mundial de 98.
Para além de um “génio”, de um poeta dentro de campo que trata a bola como ninguém, o Rui combina um enorme profissionalismo com o chamado “amor à camisola” só assim é explicável o facto o regresso ao Benfica abdicando de um salário de mais de 400 mil euros/mês…
Depois de uma carreira recheada de sucesso em Itália, onde na Fiorentina foi o símbolo máximo de um clube e de uma cidade que contou nas suas fileiras com jogadores como Baggio ou Batistuta e no Milão que apesar de alegadamente ter sido “sempre” (palavras dos nossos adversários roídos de inveja) suplente se viu recentemente o carinho demonstrado pelos “tiffosi rossoneros” ao seu “regista”.
Não posso esconder a felicidade de o ver vestir a camisola encarnada (ou cor-de-rosa), comandando com cada gesto técnico perfeito a ofensiva da equipa da Luz, repare-se o magnifico golo que marcou à naval, a capacidade, a magia, a inteligência, a experiência que traduziu num momento fantástico de futebol. O golo sofrido por Taborda, fez lembrar outro “mago” da sua geração, talvez o nome maior dessa mesma geração, Zinedine Zidane.
O que desejo, logicamente por razões obvias, é que Rui Costa termine a carreira como Zizou (não da mesma forma expulso nem perdendo uma final de um mundial) mas num grande palco, coroando o êxito de uma brilhante carreira com um titulo de campeão pelo Benfica, será difícil mas eu acredito que é possível, acredito porque no plantel do “Glorioso” contamos com o nosso “Maestro”.



Por fim deixo as palavras de um comentador inglês ao golo que marca à selecção de Eriksson no Euro 2004: “now then, rui costa, Simão outside him, phil neville makes the tackle,RUI COSTA! OH PORTUGAL HAVE SCORED! a blast from the past, rui costa!.”
www.youtube.com/watch?v=Yi37jN4zLsU

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Tuesday, September 25, 2007

Uma referência este homem VI


Uma vez Gary Lineker disse que o futebol era um conjunto de vinte e dois jogadores que corriam atrás da bola, que tinha um árbitro que cometia alguns erros e no final ganhavam os alemães…
Segundo esta impostação simplista das coisas, não haveria espaço no futebol para jogadores como João Moutinho, este pequeno grande jogador (perdoem-me a evitável antítese) não é, ao contrário daquilo que Piet de Visser (olheiro do Chelsea) classificou Nani, um super-talento. Pode não ter a técnica nem a magia de um Ronaldo ou de um Quaresma nem o ímpeto físico de um Vieira ou de um Gattuso, mas é o motor que faz rodar toda a máquina preparada por Paulo Bento.
Diz-se que os habitantes da cidade Koninsberg acertavam as horas dos seus relógios com a passagem de Kant, pois este passava todos os dias no mesmo sítio há mesma hora, analogamente é isto que se passa com João Moutinho relativamente ao Sporting: equipa acerta-se pelo jogo do seu capitão, do seu líder dentro de campo, que nunca jogando mal e raramente sendo razoável tem apenas 20 anos e comanda do meio-campo toda acção ofensiva do clube de Alvalade, todo o jogo sportinguista passa pelos pés do algarvio que sem medo assume cada jogada como se fosse a derradeira da sua vida.
Nos dias em que todos elogiam o filho de uma antiga glória benfiquista, eu prefiro evidenciar as qualidades que fazem de Moutinho um dos meus jogadores de eleição, a combinação de uma série de características físicas, psicológicas, técnicas e tácticas fazem dele um jogador fora-de-série que temporiza, organiza o ataque e defende com uma eficácia impressionante.

Hoje muito por “culpa” de jogadores como Pirlo, Guardiola ou Redondo (todos jogadores com características diferentes das do 28) o médio centro é hoje um jogador com outro estatuto, o chamado “carregador de piano” tem hoje reconhecido todo o seu mérito, pois antes eram figuras menores se comparados com os Peles, Maradonas ou Eusébios deste mundo. O que é certo é o que seria a magia reconhecida a estes homens sem jogadores como Mário Coluna ou João Moutinho nas suas costas?

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"Ele Vive"




Após um interregno nada prolifero decidi a bem da minha sanidade mental voltar a escrever para este blogue, muito por “culpa in abstracto” deste espaçohttp://www.footballdependent.blogspot.com/. Não que me queira comparar com os autores deste sitio da Internet, mas senti que podia voltar a comentar o desporto-rei como sempre me propus: de forma descomprometida, divertida e incisiva.
Depois do auge que esta casa conheceu no segundo semestre da época 2005/2006, não pretendo fazer as crónicas dos jogos, algo que é extremamente secante, mas sim narrar “estórias” dos magos e lendas do futebol.


Já que estamos numa fase de renascimento e inicio deste terceiro e derradeiro ciclo do “show-de-bola” irei narrar-vos a “estória” dramática de um mago do golo (ao que parece renasceu graças ao milagre de médico catalão chamado Cugat), que como tantas outras “gazelas africanas” do nosso tempo prometeu espalhar o seu perfume pelos relvados da Europa mas as sucessivas lesões e problemas físicos o impediram de valer os “18 milhões de contos”.
Depois desta deixa será fácil identificar de quem estou a falar, Pedro Manuel para os familiares e amigos que o viram crescer num das centenas de bairros empobrecidos de Luanda, Mantorras para o mundo do futebol, um caso paradigmático de um super-talento, sub-aproveitado desportivamente e super-aproveitado mediaticamente.
Será de certo estranho a empatia que este jogador estabeleceu com a massa associativa benfiquista, estranho e porventura inexplicável será também a forma como foi tratado pelo clube que o embandeirou e simbolizou como expoente máximo de um Benfica dos novos tempos. O que é certo, é que o “novo Eusébio” atravessou o “deserto” correndo o risco de não voltar a fazer aquilo que mais gosta, jogando várias vezes infiltrado, jogando várias vezes em risco de deteriorar a sua condição física, tudo em prol da grandeza do Sport Lisboa e Benfica…
Este jogador, que muitos dos nossos rivais afirmam de vulgar, tem a capacidade que nenhum Liedson, Quaresma, ou mesmo Simão tem para levar ao rubro uma multidão sedenta de espectáculo sem ter que tocar na bola; vulgar ou não tem o dom de fazer sonhar milhares de pessoas no estádio só por entrar em campo, e isso, meus amigos é tão raro, como impagável num mundo que tende a comercializar-se a cada momento que passa.

O departamento médico encarnado pode-se ter esquecido dele, Santos, Koeman e os sucessivos treinadores que passaram pela Luz também (a excepção talvez por falta de opções chamou-se Giovanni Trappatoni) mas que não haja dúvidas que os benfiquistas o retiveram sempre na sua memória tornando uma festa sempre que saia para o aquecimento…
Por tudo o que proporcionaste, que ao mesmo tempo foi tanto e tão pouco, por nos fazer acreditar que é possível, por alimentares os nossos sonhos, por fazer valer a pena ir ao estádio só para te ver jogar….


Obrigado Pedro Mantorras





P:S Até agora a possível recuperação do Mantorras e apenas especulação o médico que tratou deste reforço muscular diz que pode voltar ao normal….Eu quero acreditar que sim!

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